No México, por exemplo, um programa de quatro noites custa a partir de US$ 5.600. O pacote inclui check-ups completos, exames genéticos, terapias avançadas e, claro, hospedagem de frente para o mar do Caribe. Não é apenas lazer. É saúde de luxo.

O ranking mundial é liderado por México, Espanha e Suíça. Na sequência vêm Itália, Turquia, Índia, Tailândia e Costa Rica, todos ampliando suas opções. No Brasil, o termo “med-cation” ainda não é usado. Mas já existem experiências que unem clínica de alto padrão com conforto e exclusividade.

O público é composto por homens e mulheres que querem perder peso, reverter os efeitos do estresse, aliviar sintomas da menopausa ou simplesmente recarregar as energias. Tudo em ambientes que misturam sofisticação com tecnologia médica.

Durante a estadia – geralmente de uma semana – o hóspede pode fazer de tudo: análise hormonal, avaliação do sono, terapia com ozônio, crioterapia (banhos em água gelada), mergulhos em algas e até sessões com ondas eletromagnéticas. Entre um exame e outro, também dá tempo para pilates, shiatsu, massagens profundas e refeições saudáveis preparadas por chefs especializados.

Na Europa, a Espanha saiu na frente com o SHA Wellness, inaugurado em Alicante. O sucesso foi tanto que a marca abriu uma unidade no México em 2024, hoje considerada o epicentro mundial dessa tendência.

A Suíça mantém seu prestígio com a icônica Clinique La Prairie, no Lago de Genebra, referência global em rejuvenescimento e medicina regenerativa. Já a Itália ganhou espaço com o The Ranch Italy, no Palazzo Fiuggi, onde dieta mediterrânea e treinos intensivos se juntam a protocolos médicos.

Na Turquia, clínicas de Istambul e Antalya, de olho na elite mundial, também transformaram o turismo estético em experiências completas, combinando cirurgias plásticas, bem-estar e hospedagem de luxo.

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Quando o assunto é fertilidade, o foco costuma recair exclusivamente sobre as mulheres. Mas a ciência tem mostrado que os homens também deveriam prestar atenção à sua idade reprodutiva. A partir dos 40 anos, a qualidade dos espermatozoides muda de forma significativa, o que pode afetar não apenas as chances de engravidar, mas também a saúde da futura criança. O alerta é do médico Guilherme Leme, especialista em urologia, andrologia e reprodução assistida, que compartilhou uma análise detalhada sobre o tema em seu perfil no LinkedIn.

Segundo o especialista, o envelhecimento masculino está diretamente associado a alterações no sêmen, como a diminuição do volume ejaculado, a redução da motilidade espermática e o aumento da fragmentação do DNA espermático.

Um estudo realizado em 2018 pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, avaliou dados de mais de 40 milhões de partos e constatou que, de forma geral, quanto mais velho é o pai, maior o risco para a criança. Apesar desse dado, segundo especialistas, isso não é um empecilho para que homens sejam pais mais tardiamente.

Há maior prevalência de mutações espontâneas e alterações cromossômicas, que elevam o risco de problemas genéticos nos filhos.

Estudos já identificaram uma ligação entre paternidade em idade avançada e o aumento do risco de transtornos como autismo, esquizofrenia, disfunções cognitivas e comportamentais, além de maior incidência de abortos espontâneos e falhas em tratamentos de fertilização. A partir dos 50 anos, a qualidade dos espermatozoides tende a cair ainda mais, impactando diretamente não só a fertilização, mas o desenvolvimento saudável do embrião.

A tendência de postergar a paternidade, no entanto, é crescente. Nos últimos 40 anos, o número de homens que se tornam pais após os 40 dobrou em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha. Em lugares como Itália, Reino Unido e Japão, esse crescimento é ainda mais acelerado. No Brasil, um em cada cinco pais de primeira viagem já ultrapassou essa faixa etária.

Famosos como Robert De Niro, Elon Musk e Steve Jobs tiveram filhos mais tarde na vida, o que reforça a percepção, muitas vezes equivocada, de que a fertilidade masculina é infinita. Al Pacino foi ser pai aos 83 anos.

O médico Eduardo Pimentel, também presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Distrito Federal, explica que, diferentemente das mulheres, os homens continuam produzindo esperma durante toda a vida.

Segundo Pimentel, o homem com mais idade continua produzindo espermatozoides, mas com menor taxa de fecundação, devido à fragilidade dessas células.

Pimentel afirma que o homem que deseja ser pai em idade avançada precisa procurar um especialista para realizar um check-up médico. Ele precisa de informação, acompanhamento profissional e consciência dos riscos envolvidos.

Essa é, inclusive, a mesma orientação da Organização Mundial da Saúde e de entidades médicas como a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE, na sigla em inglês) e a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM, também em inglês), que recomendam avaliação andrológica especializada para homens que pretendem engravidar suas parceiras após os 40 anos.

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